QUALIDADE DA ÁGUA

ABASTECIMENTO

CONSELHOS ÚTEIS E INFORMAÇÕES

Para cumprir o disposto no artigo 22º do decreto-lei n.º306/2007, de 27 de agosto, de forma a assegurar a melhoria continua da qualidade da água para consumo humano na torneira do consumidor, a EMAS implementa um conjunto de observações, avaliações analíticas e ações onde se incluem:
- Utilização de técnicas de tratamento apropriadas;
- Controlo de reagentes e materiais a aplicar na água;
- Programa de controlo preventivo e corretivo ao longo do sistema de abastecimento;
- Monitorização em contínuo do sistema através de telegestão;
- Programa anual de limpeza e higienização de reservatórios e desinfeção de novas condutas;
- Programa de controlo analítico da qualidade da água (controlos mais frequentes, parâmetros e pontos de amostragem mais abrangentes do que os determinados no âmbito do PCQA).
LEGISLAÇÃO
O controlo da qualidade da água para consumo humano é efetuado através da implementação do Programa de Controlo de Qualidade da Água para Consumo Humano, PCQA, em conformidade com o disposto no Decreto-Lei n.º 306/2007, de 27 de agosto, e as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 152/2017, de 7 de dezembro.
O PCQA é anualmente elaborado pela EMAS e submetido para aprovação da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, ERSAR.
São cumpridas as disposições legais no que se refere a parâmetros, número e frequências de amostragem, análise e métodos analíticos.
É o local onde é efetuada a colheita da amostra de água para verificação da sua conformidade. Situado no interior de uma instalação ou estabelecimento, é o ponto em que sai das torneiras normalmente utilizadas para consumo humano.
De acordo com a legislação em vigor, a divulgação dos resultados decorrentes da implementação do PCQA, é efetuada trimestralmente (ponto 2 do artigo 17º do Decreto-Lei n.º 306/2007, de 27 de agosto).
Os dados estão disponíveis para consulta no site EMAS e estão reunidos por zona de abastecimento e por localidade.
Pode ainda ser consultado o resumo com a totalidade dos resultados do concelho de Beja.
Da informação disponibilizada faz parte o número de análises previstas e realizadas, a percentagem de análises realizadas, o valor paramétrico, os resultados máximo e mínimo obtidos e a percentagem de análises que cumprem a legislação.
Para cada incumprimento são apresentadas causas apuradas e medidas corretivas implementadas.
Selecione o ano, trimestre e localidade:
O abastecimento de água ao concelho de Beja é efetuado a partir de dois tipos de origem de água: superficial e subterrânea.
De acordo com a origem de água são definidos dois tipos de sistema de abastecimento: Sistema do Roxo (água de origem maioritariamente superficial) e Sistemas Independentes (água de origem subterrânea).
A principal origem de água do Sistema do Roxo é superficial, a albufeira do Roxo. A água captada é aduzida à Estação de Tratamento de Água do Roxo, junto à albufeira, onde é efetuado o processo de tratamento de água. A captação e tratamento são da responsabilidade da Entidade Gestora em alta, Águas Públicas do Alentejo, SA.
O sistema do Roxo também integra captações de água subterrânea que funcionam como reforço ao abastecimento a partir da ETA do Roxo. A captação de água subterrânea e respetivo tratamento são da responsabilidade da Entidade Gestora em alta, Águas Públicas do Alentejo, SA.
As captações de água subterrânea estão localizadas nas áreas circundantes às seguintes localidades:
- Beja, Albernoa, Baleizão e Beringel.
O Sistema do Roxo é responsável pelo abastecimento a cerca de 90% da população do concelho de Beja. As localidades abastecidas por este sistema são as seguintes:
- Santa Vitória, Mina da Juliana, Monte da Juliana,
- Beringel, Trigaches, S. Brissos,
- Albernoa, Trindade,
- Penedo Gordo,
- Beja, Santa Clara do Louredo, Nossa Senhora das Neves, Vila Azedo e Baleizão.
O abastecimento de água é efetuado a partir de água de origem exclusivamente subterrânea.
Os sistemas de abastecimento são os seguintes:
- Sistema Mombeja,
- Sistema Quintos,
- Sistema S.Matias,
- Sistema Salvada/Cabeça Gorda,
- Sistema Vale de Russins (Freguesia de Salvada),
Desde 1 de julho de 2010 que a EMAS de Beja, EM adquire água tratada à empresa AgdA, SA, entidade gestora responsável pela captação e tratamento de água em todos os sistemas de abastecimento, com exceção do sistema de abastecimento de Vale de Russins.
A EMAS, como entidade gestora de sistema de abastecimento público em baixa, é responsável em parte pelo armazenamento de água (Beja, Baleizão, Salvada, Cabeça Gorda, Vale de Russins) e pela distribuição de água aos sistemas prediais, aos quais liga através de ramais de ligação.
A EMAS é responsável pela qualidade da água distribuída na rede de distribuição e torneira do consumidor.
A responsabilidade da EMAS relativamente ao tratamento centra-se em postos de reforço de cloragem – desinfeção secundária: Beja (3), Maria do Vale e Baleizão.
A EMAS é ainda integralmente responsável pela captação, tratamento, armazenamento e distribuição de água no sistema de abastecimento: Vale de Russins.
FREGUESIA | POPULACAO RESIDENTE HABITANTES |
VOL. DE ÁGUA DISTRIBUIDO m3/d |
CAPITACAO L/hab.dia |
ALBERNOA | 758 | 91 | 120 |
BALEIZÃO | 902 | 132 | 146 |
BEJA (CIDADE) | 23.981 | 4.271 | 178 |
BERINGEL | 1.301 | 172 | 132 |
CABEÇA GORDA | 1.386 | 158 | 114 |
MOMBEJA | 386 | 34 | 87 |
NOSSA SENHORA DAS NEVES | 1.747 | 172 | 98 |
PENEDO GORDO | 1.167 | 148 | 127 |
QUINTOS | 255 | 26 | 103 |
SÃO BRISSOS | 108 | 33 | 303 |
SÃO MATIAS | 589 | 52 | 92 |
SALVADA | 1.097 | 124 | 113 |
SANTA CLARA DE LOUREDO | 864 | 133 | 154 |
SANTA VITÓRIA/MINA JULIANA/MONTE JULIANA | 595 | 78 | 131 |
TRIGACHES | 464 | 49 | 106 |
TRINDADE | 274 | 20 | 73 |
TOTAL | 35.854 | 5.693 | 159 |
Se ocorrer uma interrupção de abastecimento de água à habitação:
- Verifique se todas as torneiras estão fechadas;
- Desligue os equipamentos elétricos que funcionam com água (termoacumuladores, máquinas de lavar);
- Após receber a notificação de interrupção, armazene apenas a quantidade de água necessária para o período de interrupção no abastecimento.
Para informação sobre o período de duração da interrupção, contacte, nos dias úteis, entre as 09h00 e as 17h30 o número 284 313 450, no restante período o número 962 088 273 (piquete).
Após a reposição do normal abastecimento de água, ao abrir as torneiras poderão verificar-se ruídos na canalização e a água surgir aos jatos, o que se deve à existência de ar nas canalizações.
Neste caso, aconselha-se deixar correr a água durante alguns segundos.
- Verifique periodicamente o contador de água de forma a controlar os seus consumos e utilize apenas a água de que necessita, evitando o desperdício.
- Verifique também, periodicamente, as torneiras e canalizações.
O cliente é responsável pela rede predial, pelo que deve assegurar que as canalizações e torneiras estão em bom estado de conservação.
As torneiras devem ser regularmente limpas e desinfetadas (interior e exterior, com lixívia ou álcool etílico) para evitar a acumulação de sedimentos e o desenvolvimento de microrganismos.
No caso da existência de reservatório integrado na rede predial, este deve ser arejado estar tapado e limpo. Deve também desinfetado uma vez por ano.
Os materiais a utilizar na rede predial devem ser adequados para o contato com água para consumo humano.
As canalizações de chumbo na rede predial aumentam o teor de chumbo na água pelo que devem ser substituídas por outro material, por exemplo PEAD, PEX, PP, FG, Cu, etc.
A introdução de água não tratada na rede predial através de captações particulares constitui um risco quer para a saúde dos habitantes, quer para a saúde pública por possível contaminação da água da rede pública de distribuição. Se a rede predial for comum às duas origens (água da rede e água da captação) estas ligações não são permitidas por lei.
Quando ocorre interrupção de abastecimento de água, devido por exemplo a intervenções de reparação de roturas na rede de distribuição, as condutas ficam sem água.
Esse espaço é preenchido com ar.
Quando é restabelecido o abastecimento, a maior parte do ar que existe na rede de distribuição é libertado através de ventosas e marcos-de-incendio.
Pode, no entanto, permanecer algum ar dentro das condutas.
Este ar pode sair por uma torneira e também pode dissolver-se na água. É este ar dissolvido que forma bolhas muito pequenas que dão uma cor branca à água.
A água com ar quando colocada num copo começa a ficar límpida de baixo para cima à medida que o ar é libertado. A sua ingestão não tem qualquer risco associado. Passados alguns minutos, quando todo o ar já foi libertado, o aspeto da água volta ao normal, ou seja incolor.
Esta situação é portanto pontual e temporária mas a água está própria para consumo.
A água que chega às torneiras foi anteriormente desinfetada por forma a não conter microrganismos que podem colocar em risco a saúde. Um dos desinfetantes utilizados pela EMAS é o hipoclorito de sódio que possui cloro, sendo adicionado à água em pequenas quantidades.
Quando surgem situações em que pode ocorrer turvação devido a intervenções na rede, como por exemplo as reparações de roturas, é aumentada a quantidade de desinfetante para garantir que, mesmo com alguma turvação ou com ar, a água que chega às torneiras é desinfetada. É nestas situações que a água cheira e sabe a lixívia ou a cloro, mas pode ser consumida sem risco porque os valores de referência do decreto-lei 306/2007, de 27 de agosto são respeitados.
Quando ocorrem intervenções de reparação de roturas na rede de distribuição de água, é necessário interromper o abastecimento de água, abrir a vala na zona envolvente da conduta com avaria e eventualmente substitui-la.
Como é natural, as condutas ficam com o interior exposto, podendo entrar alguns resíduos. Quando a reparação é concluída, lavam-se as condutas, deixando sair a primeira água com resíduos.
No entanto, a água pode transportar alguns resíduos e são esses resíduos que podem sair pelas torneiras.
Nestas ocasiões deve-se deixar correr alguma água até que fique com um aspeto incolor.
A água pode ter uma cor amarela devido à presença de ferro dissolvido.
O seu aparecimento em canalizações de ferro é normal, quando a utilização da água é interrompida por algum período de tempo (por exemplo, após ausência). Nesta situação a água que fica nas canalizações pode reagir com o ferro, adquirindo a tonalidade amarela.
No entanto o seu aparecimento constante poderá estar associado à corrosão das canalizações da habitação. As canalizações mais antigas são normalmente de ferro que se oxida formando ferrugem.
Esta é responsável pela cor amarela da água e pelo sabor.
Nestas ocasiões deve-se deixar correr alguma água até que fique com um aspeto incolor. Se a coloração persistir ou aparecer de modo frequente, é aconselhável a substituição de canalizações por material não corrosivo, como é o caso do PEAD (Polietileno de Alta Densidade).
A idade e o estado de conservação das canalizações podem interferir na qualidade da água, particularmente ao nível do cheiro, sabor e cor, pelo que é importante substituir as canalizações das habitações mais antigas.
Outro fator importante é a existência de bombas e/ou reservatórios nos prédios. Estes equipamentos devem ser sujeitos a rigorosos planos de manutenção, de modo a garantir que o seu funcionamento não afeta a qualidade da água, mantendo-se as suas características desde a rede pública até à torneira do consumidor.
De acordo com um estudo da DECO “Não existe uma melhoria significativa da qualidade da água com a utilização deste tipo de filtros, porque na generalidade os aparelhos apresentam falhas ao nível do tratamento da água, podendo mesmo libertar mais amoníaco, sódio ou ainda criar condições para o desenvolvimento de bactérias.”
De acordo com um parecer da APRH Associação Portuguesa de Distribuidores de Água: “ Tendo em conta os fundamentos técnicos e a relevância desta matéria no âmbito da saúde pública, é fundamental esclarecer os consumidores que a água resultante da passagem por estes aparelhos é uma água com carência em sais minerais dissolvidos e não aconselhável ao consumo humano.”
A rede predial tem início na válvula de seccionamento instalada no limite de propriedade.
A conservação e manutenção da rede predial é da responsabilidade dos proprietários.
A idade e o estado de conservação das redes prediais podem interferir na qualidade da água.
Segundo a ERSAR “parte dos incumprimentos ocorridos no controlo da qualidade da água efetuado a nível nacional, relativos a sabor, cheiro, cor, ferro ou contaminação microbiológica, devem-se à deficiente manutenção e limpeza das redes prediais ou aos materiais utilizados, que podem ser inadequados para estar em contacto com a água destinada ao consumo humano”.